Final
Author: Henrique Alvez /Albiníssimo
Author: Henrique Alvez /Transitoriedade de Pícaro
Author: Henrique Alvez /Estendido em leito utópico
Em quimérico morticínio
de quimeras irrealizáveis
Pelos ruídos repetidos
acesso as memórias
daquilo que ainda não se suscedeu
E quando o aconchego converte-se em toalha
Afundo-me na busca por substituir
aquilo que conheço ser insubstituível
Quem dera fosse o passado
bem retornável.
Busco o resgate daquilo que
o inexistente desperta
Metal invisível
Moldado em esteriótipo plástico
Instrumento inexorável
da desejada recuperação
de emoções imaturáveis
Sentimentos maculáveis
maculados
A toalha noturna seca o que a superfície tocou,
Aquela pintada de branco
manchada pelo mesmo preto escorrido
sob o vermelho daquele sorriso inesgotável
sem valor e já debatido
E aquilo que o desconhecido desperta
Afasta-se pelas próprias mãos
E apesar de relutar
Apesar de internamente talvez lutar
Desvencilha-se insensível
Do tal metal invisível
Carga emocional de marmota
Contra humana terrivelmente encravada
Lã em patas felinas
Plástico em dentes recém formados
Tola confusão sentimental e transitória
Redundância vil em torno de dúvida
Dúvida em torno de lâmina
Lâmina em torno de alma
Alma em torno de nada
O Pícaro amaldiçoado troca suas vestes falsas
E enquanto o corpo mantém-se
O interior explode em um sapateado corrosivo
Observado de perto sem ser percebido
E quem dera a cachoeira negra
A que mancha a pele de palidez sintética
Pudesse correr até atingir-lhe o âmago
Para que este também se corrompesse
Eternamente
Lemingue
Author: Henrique Alvez /***
[continua]
Exitium
Author: Henrique Alvez /Tétrico
Author: Henrique Alvez /
A derrotada utopia foi-se enfim
Trégua armígera foi gerada
Adeus para sempre, oh cândido Querubim
Cotidiano, Apenas venha
Não me faça mais nada
Se devaneios já não mais existem
Se ócio tornou-se permanente rotina
É para que se acerque acinzentado horizonte
Parado de mim defronte
Soturna e maculada cortina
Olhos já não podem mais sorrir
Vê-se próprio âmago em taciturno despertar
Espírito fustigante no esperar
Mal vê a hora de partir
Porém o material o prende
Como cárcere inviolável
Indesejada vida ascende
Fado inevitável
E lirismo ainda que restante
Também esgota-se vagaroso
Suficientemente instante
Acompanhante ansioso
De espírito vendado
Do ser humano arruinado.
Henrique Alvez
Estatutário
Author: Henrique Alvez / Marcadores: Poemas É pedra bruta
Alquebra resistente
Fortaleza dissoluta
Opaco reluzente
Instrumento inexorável
Mão nua
Sem arma palpável
Esperança
Vã usança tua
Acaso é o amorfo rosto
Emergente desgosto
Pois figura legítima
Conserva-se Latente
Agora choro, pobre vítima
Estatutário impotente
Aceito-a maldita sina
Abandono a face que se esconde
Como cômoro em neblina
Deito-me sobre os seixos
Folgados motejantes
Aguardando o desfecho
Retorsão cruciante
Nobre seja novo ofício
Retângulo entalhado
Crava-se em solo sagrado
Aguardando futuro exício
Henrique Alvez