É pedra bruta
Alquebra resistente
Fortaleza dissoluta
Opaco reluzente
Instrumento inexorável
Mão nua
Sem arma palpável
Esperança
Vã usança tua
Acaso é o amorfo rosto
Emergente desgosto
Pois figura legítima
Conserva-se Latente
Agora choro, pobre vítima
Estatutário impotente
Aceito-a maldita sina
Abandono a face que se esconde
Como cômoro em neblina
Deito-me sobre os seixos
Folgados motejantes
Aguardando o desfecho
Retorsão cruciante
Nobre seja novo ofício
Retângulo entalhado
Crava-se em solo sagrado
Aguardando futuro exício
Henrique Alvez
Estatutário
Author: Henrique Alvez / Marcadores: PoemasCiconia oleracea
Author: Henrique Alvez / Marcadores: Crônicas
Eram duas crianças.
O menino mais baixo que a menina, mas ela era ligeiramente mais gorda. Não como uma bola, mas de uma forma a deixá-la aparentemente amigável a olhos alheios.
Os dois conversavam banalidades infantis enquanto ele a empurrava no único balanço que a escolinha pública podia fornecer a seus pequenos alunos.
Ambos deviam ter uns seis anos. Ele não gostava de carrinhos ou futebol, nem ela de bonecas ou pega-pega. Por esse motivo, passavam a maior parte do tempo juntos, sempre falando sobre as mesmas coisas, empolgados em rotineiras discussões que sempre acabavam em contradições típicas de criança.
"Você parece menina", riu a garotinha, enquanto o garoto continuava a impulsioná-la.
"Cala sua boca", encrespou o garoto que, mesmo ofendido, continuava a brincadeira, sem argumentos.
"Tem medo de escuro", continuou a menina "Só menina tem medo do escuro."
"Então você também tem medo?"
"Eu não!" Respondeu ela, enfaticamente.
"Então é menino."
"Olha, nem sou"
"É sim. Se eu sou menina por que tenho medo do escuro, você é menino por que não tem."
A gordinha permaneceu em silêncio, desarmada diante da conclusão do garoto.
"Como você nasceu?" Perguntou a garota, depois de um breve instante de profundo silêncio.
"Minha mãe disse que papai colocou uma sementinha na horta lá de casa, daí cresceu um repolho diferente e eu tava lá dentro.
"Que nojo!", exclamou a garotinha, achando graça.
"Você não nasceu assim?”, Espantou-se ele.
"Minha mãe me disse que a cegonha me trouxe numa cesta."
"Quem é cegonha?"
"Acho que é um bichinho"
"Então você veio de um bichinho e eu de um repolho?" perguntou o garoto, entregando-se às gargalhadas.
"Acho que é por isso que a gente é tão diferente"
"Eu acho isso muito errado.”, ele parecia confuso “Pra mim, todo mundo tinha que nascer de um jeito só."
"Se fosse tudo de um jeito só não ia ser legal", grunhiu a menina "Imagina se todo mundo nascesse de um repolho?"
"Seria melhor do que todo mundo nascer de uma cegonha... Sabe, você deve ser metade cegonha" Disse o garoto, terminando com mais uma gargalhada.
"Então você é metade repolho", concluiu ela.
"Acho que é por isso que gosto tanto de repolho..."
"Crianças!", gritou uma voz feminina muito aguda, chamando-os de volta.
Então, ela pulou do balanço, os dois deram-se as mãos e saíram rumo à salinha. Ele achando que era uma menina repolho, e ela crente que era um menino bicho.
Henrique Alvez.
Esta é a parte final, por tanto não saia lendo de uma vez ou você não vai entender absolutamente nada.
Há mais duas partes da história.
Está dividido porque fiquei com vontade de dividir. (mentira, está dividido porque sei que todos são preguiçosos e não leriam o texto se ele fosse postado de uma vez só, além de um motivo a mais, que você que realmente lê os textos, vai entender no final.)
Faces 3
O homem também a reconheceu, seus olhos ganharam o dobro do tamanho temporariamente, e logo depois, sua expressão tornou a ganhar um ar frio de momentos anteriores. Por um momento os dois ficaram parados se encarando. Ele estava imóvel, a mão ainda segurando a maçaneta da porta que antes abrira. Ela tremia dos pés às pontas dos cabelos bagunçados, os olhos embaçados por lágrimas que já não mais podiam ser contidas.
Lentamente ela virou-se e dirigiu-se em direção ao carro ali estacionado, os primeiros sinais de seu pranto escorrendo pelo rosto cansado que não desgrudava o olhar do chão a caminho do que a tiraria dali.
Dia seguinte.
"O que houve ontem?", perguntava a babá que agora almoçava junto à patroa na mesa da cozinha mal iluminada.
"Nada que valha a pena ser lembrado" Disse a mulher. Seus olhos tinham o cansaço acentuado agora. Estavam inchados de tanto chorar.
"É evidente que vale a pena", insistiu a moça. "A senhora partiu aos prantos, e repentinamente."
"Não deveria ter feito isso, me desculpe"
"Vocês se conhecem?"
A pergunta da empregada atuara como um golpe monstruoso no estômago da mulher, que agora via mais uma vez em sua cabeça, cenas que ela não mais suportava lembrar-se. A cabeça caiu sobre o peito, e junto com ela uma nova lágrima.
"Não.", respondeu ela, soluçante.
Por um momento, a moça negra não soube o que dizer, mas precisava descobrir o que se passava com a patroa, que acima de tudo era uma boa amiga para ela, e a ajudava sempre que precisava.
"Tudo bem não querer falar agora."
A mulher não respondeu.
"Tem alguma coisa que eu possa fazer, antes que a senhora saia?", perguntou, em uma última tentativa.
"Volte ao seu trabalho." Respondeu a mulher ainda cabisbaixa e melancólica.
Mas foi enquanto a babá se levantava e dirigia-se ao quarto dos gêmeos, que uma idéia saltou a perturbada mente da patroa. Um ato de coragem que faria justiça a tudo o que ela passara durante os últimos três anos. Seria um ponto final simbólico que ela esperava amenizar um pouco a dor que as terríveis e incessantes lembranças lhe causavam.
"Sara, espere.", chamou a mulher. "Me diga o nome do seu marido."
"Samuel Pereira"
"Obrigada"
Ela saiu para o trabalho. Mas antes, precisava por sua idéia em prática, agora que ela tinha o que precisava só lhe faltava a coragem, e isso ela achava que tinha o suficiente.
Caminhou pelas ruas frias da cidade em busca de um orelhão.
Finalmente após encontrar um, parou em frente a ele e, sem pensar de mais, começou a discar.
"É da delegacia da mulher?"
A voz ao outro lado da linha respondeu positivamente. Ela respirou fundo e continuou
"Eu gostaria de fazer uma denúncia..."
A mulher do outro lado pediu que ela prosseguisse
"Faz três anos que aconteceu, mas tudo pode ser provado por um diário que certamente ainda se encontra na residência do autor do crime"
Pediram que dissesse seu nome e do que se tratava o crime, para que depois fossem fornecidos os detalhes.
Ela encheu os pulmões mais uma vez e respondeu:
"Meu nome é Carmen Dias. Quero meu estuprador preso"
Sobrevivente
Author: Henrique Alvez / Marcadores: PoemasSobrevivente queria me ver
Sobrevivente queria conversar
Sobrevivente Parecia sofrer
Precisava comigo estar
Sobrevivente não pôde me ver
Sem um grande sorriso abrir
Sobrevivente não quis me abraçar
Para seu apreço não admitir
Sobrevivente quis se sentar
Para melhor conversar
Sobrevivente começou a falar
E eu a me assustar
Sobrevivente vai se matar
Não aguenta mais amar
Sobrevivente quer morrer
Não quer mais sobreviver
Sobrevivente se levantou
E eu junto me ergui
Sobrevivente me parou
Mas eu a queria impedir
Sobrevivente fugiu
Sua morte tinha hora
Em desespero partiu
E eu a seguindo, rua afora
Sobrevivente parou
O abismo era impiedoso
Sobrevivente me segurou
Em um beijo cauteloso
Sobrevivente se jogou
Sobrevivente se matou
Sobrevivente morreu
Não mais sobreviveu
Querido diário...
Hoje foi mais um dia ordinário e desprovido de pasmos, porém deveras fecundo, pois tudo correu como o esquematizado.
É por isso que lhe digo (Por mais que um caderno não possa absorver bons conselhos): Planejar é uma arte e versá-la é o ato mais sensato que pode ter um ser humano.
Pois bem, se virar a página saberá o que pretendia que se incidisse hoje, por isso irei direto à execução de meu grandioso plano.
Carmen estava lá, linda como todos os dias. Eram seis horas da manhã e uma grosseira mochila a deixava ligeiramente corcunda. Sempre achei que os milhares de chaveiros fizessem uma considerável diferença no peso que o item fazia sobre suas costas.
Foi então que o ônibus finalmente chegou. Era hora de executar a primeira parte do plano.
Observando-a por poucos dias (os quais me esqueci de narrar a você) pude perceber algumas coisas que proporcionariam meu sucesso nesta primeira etapa.
1 – Havia uma velhota e uma aleijada que sempre chegavam pouco depois das 6:15 e pouco antes que chegasse a condução.
2 – O primeiro a entrar sempre era o mesmo, um homem alto, magro e de olhar penetrante. Também era o primeiro a saltar em todo o percurso, junto a uma criança de uns sete anos que embarcava no ponto seguinte.
3 – Carmen era gentil, e fazia questão de entrar por último.
4 – Ela sempre viajava de pé e no mesmo lugar.
Entrei no ônibus logo atrás da aleijada, fazendo questão de ajudá-la e dando a entender que estávamos acompanhados. Apressei-me em sentar ao lado do homem de olhar penetrante e, como o esperado, Carmen parou do outro lado, exatamente como fizera todos os dias em que eu a observei encantado por sua beleza e pela forma atraente como se comportava.
A cutuquei, fazendo-a virar seu belo rosto sorridente em minha direção. Um pouco extasiado, perguntei se podia levar sua mochila e agradecida, virou-se completamente, entregou-me o trambolho e preparou-se para viajar de pé a minha frente.
Três pontos se passaram, e os dois primeiros a descer o fizeram. Um deles era o homem ao meu lado, eu abri passagem para que saísse e logo depois migrei para o banco abaixo da janela.
Então olhei para os olhos dela, lancei o olhar mais convidativo que consegui manipular e, sem dizer uma só palavra, a convidei a se sentar.
Apartir daí eu precisei confiar em mim mesmo para que tudo continuasse dando certo. E eu consegui. (risos)
Fomos conversando até o final do percurso do ônibus, onde os dois desceriam para os próprios destinos. Perguntei quando ela estaria disponível, esperando levar uma patada descomunal que arruinaria meus planos, mas ela apenas respondeu que depois da escola precisava ir à sua aula no curso de inglês, e que saía de lá pelas 15:30.
Com seu número salvo na memória do celular, segui rumo ao meu destino rotineiro, esperando ansiosamente que os ponteiros do relógio formassem um ângulo de 90 graus (gostei disso).
15:30. Fui até a porta do seu curso de inglês. Ela pareceu animada em me ver, o que me deixou muito mais feliz e seguro. Perguntei se queria comer alguma coisa, ela respondeu positivamente e decidimos tomar um milk-shake (ninguém come milk-shake, mas o importante é o êxito do plano).
Ao chegarmos, parei no pequeno quiosque de milk-shake que ficava num dos cantos da entrada da lanchonete. Hora da segunda parte do plano que dependeu do acaso (e de minha evidente virilidade) para prosseguir, rsrsrsrs (ainda não sei o que me faz rir da maneira como faço no computador... Faz parecer tão imaturo).
Pedi que se sentasse e esperasse eu levar as duas bebidas na mesa, e ela o fez.
Após receber os pedidos, deixei algumas moedas caírem propositalmente no chão. Com isso,o funcionário me proporcionou tempo suficiente, abaixando para recuperá-las.
Me dirigi a mesa e a entreguei o milk-shake que pediu. Passados poucos minutos de conversa, finalmente ela cambaleou e despencou em direção ao chão.
Contendo o sorriso, eu simulei preocupação e a peguei no colo, disse a todos que era o pai dela e que tudo estava bem. A enfiei num dos táxis que estavam parados (fazia parte do plano escolher uma lanchonete em frente a um ponto de táxi), e ainda fingindo desespero, falei para que nos levasse para casa.
Finalmente chegamos e o plano atinge seu grande clímax.
Agora ela está amordaçada.
Estou apenas esperando que acorde para drenar sua doce inocência com toda a minha experiência.....
Ela Ofegou.
Os olhos pararam sobre o teto mais uma vez. Tudo estava escuro agora, e a noite parecia barulhenta demais para ser noite de fato.
Levantou da cama mais uma vez. Com cuidado para não pisar em qualquer coisa que pudesse fazer barulho e acordar as crianças...
As crianças...
Seu sonho não fora nada agradável de se ver, nada comum também, mas mesmo assim trazia um estranho conforto a seu íntimo soturno. Nele, seus dois filhos se dilaceravam enquanto a babá apenas assistia, os olhos vidrados e marcas de unhas rasgando o peito em carne viva.
Após repetir o que fizera em sonho, antes de testemunhar a cena que encerrara o delírio, ela dirigiu-se em direção ao quarto dos filhos.
Lá eles dormiam como dois pequenos anjos, repletos de candura, mesmo sob os roncos quase ensurdecedores da babá, que dormia de qualquer jeito em uma cadeira, ao lado do berço de um dos gêmeos.
"Acorde, Sara", dizia a mulher "Você não deveria dormir aqui, sua família ficará preocupada"
A jovem negra abriu os olhos completamente atordoada, e secando os lábios umedecidos com a manga do casaco, levantou-se em um salto desajeitado, parando de chofre segundos depois, as mãos à cabeça.
"Que horas são?", perguntou
"Já passam das duas" a mulher respondeu, tocando um dos ombros da babá.
"Cu, meu marido vai me esquartejar"
"Não diga besteiras." Disse a mulher "Você dorme aqui, hoje"
A mulher negra balançou a cabeça completamente irredutível, franzindo a testa da maneira mais incisiva que alguém poderia conseguir.
"A senhora não entende, preciso voltar para casa ainda hoje, ou ele realmente vai me bater."
A mãe ficou confusa e atordoada, não podia estar ouvindo aquilo. Não iria permitir que nada acontecesse àquela mulher que atualmente lhe era uma das poucas amigas que tinha. Não permitiria que ninguém a violentasse de nenhuma maneira.
"Isso não vai acontecer" disse ela, tocando agora o rosto da amiga. "Eu te levo pra casa."
E sem deixar a babá protestar, ela tirou os irmãos do berço e colocou-os em suas cadeiras, no carro que estava estacionado ao lado de fora da residência decadente. Ainda de pijamas, procurou as chaves do carro na bolsa e não se demorou em entrar no veículo, levando a babá ao seu lado.
Sob muxoxos infantis e ininteligíveis, as duas mulheres cruzaram um lado inteiro da cidade.
Após subir boa parte de um morro, chegaram a uma favela precária e de atmosfera triste, As duas desceram do carro.
Chegando a uma casa de tijolos muito mal conservada e localizada, a babá indicou-a como sua. A campainha soou.
Após alguns instantes de espera a porta se abriu, e os olhos da cansada mulher não acreditavam no que viam. Seu coração parecia saltar pela boca, o corpo ficou quente de cima a baixo, e os olhos queimavam em lágrimas.
Era a face do mal.
continua....
A mulher se deitou na cama, largada e cansada, tentando se esquecer de que apartir da manhã seguinte toda a rotina daquele dia enfadonho e aparentemente duplo se repetiria assim como acontecia há 20 anos.
Olhando para o teto acima do crânio dolorido, ela apenas conseguia pensar num vazio abarrotado de coisas. Sua mente começava a reproduzir em sons tudo aquilo de mais prosaico que vinha acontecendo, e desejava loucamente que conseguisse descansar ao menos um pouco, coisa que nem afundada em um colchão d'água ela conseguia...
Ao mesmo tempo, ela sabia que o dia ainda não acabara, afinal ela tinha duas bocas para alimentar. Na sala com a babá, estavam suas duas antíteses ambulantes que completariam três anos de idade na semana seguinte, e que a faziam lembrar daquilo que fora um dos únicos fatos fora de sua desgastada rotina, mas que não valia ser lembrado antes da hora. Era preferível recordar apenas quando seria inevitável
Tarde de mais. Aquilo já tomara conta de sua cabeça. Cada cena daquele dia que marcara sua vida agora atropelava como um caminhão as lembranças de seu dia tórrido e comum.
Na tentativa de apagar tudo aquilo, ela desceu os pés da cama, tocando-os no piso gelado do quarto, à mostra graças ao carpete que um dos gêmeos rasgara, precisava tirar aquele cheiro acre das mãos, ela, mais que nenhuma outra pessoa, sabia como dinheiro não proporcionava grandes prazeres ao olfato de alguém.
Aquela que a encarava no espelho não era nada bonita. Os olhos que em um passado distante apresentariam um tom azulado e brilhante, estavam apagados, acinzentados e a ponto de fechar, quisera ela para sempre. A pele branca estava ressecada, talvez uma árvore tivesse o casco mais suave que seu rosto, e os cabelos, como consequência de anos presos atrás da cabeça por qualquer coisa elástica, começavam a rarear acima da testa volumosa e terrivelmente oleosa.
Saindo de um banho demorado, a mulher trocou o pijama que a esperava em cima da cama e se dirigiu à sala de estar. No caminho, ela pôde testemunhar à distância uma cena que poderia ser desesperadora, mas que assustadoramente a proporcionava algum alívio.
continua...
Penso, logo existo
Existo, logo sinto
Sinto, logo sofro
Sofro, logo minto
Minto, logo morro
Morro logo durmo
Durmo logo sonho
Sonho logo viajo
Viajo logo o encontro
E ao encontrar-te
logo o vejo
Rosto de vitral
Multicolor
Da cor da minha dor
Multiforme
De minha vida, meu senhor
E é ao contemplar a hórrida superfície
Que percebo o quão incógnito é o ser
O quão lúcido é o sofrer
E o quão desnecessário é o viver
Pois se a vida é feita de boas lembranças
Quando o verei em meio a flores
Nesse tempo sem valores
Onde para sempre se foi a esperança?
Que recordações trago comigo?
E que se vê nesse espelho de cores?
Apenas cores.
Mas de que adianta as cores
Se sozinhas se encontram?
Seu terno contexto foi perdido
Seu desejo foi para sempre rompido
E para nada mais podem dar qualquer sentido.
É nesse rosto
Rosto de vitral
Janela multicolor
Mas sem nenhuma cor
Que apenas enxergo a escuridão
De uma vida perdida
Que mesmo envolta à cores
Só consegue aguardar a própria partida.
Por: Henrique Alvez
Sextetos de um sonhador
Author: Henrique Alvez / Marcadores: Poemas
Eis-me aqui
indigente arrogante
eterno viajante
De insolúvel trilho
Ainda mais errante
Que o mais vagante andarilho
O tal de passos levianos
Que em resinoso
porem encardido Betume
Taciturno marca
o caminho daquele sem sonhos
que o terceiro apaga
Sonho meu
Inexistente quimera profana
E a tua ilusão tirana
Sendo sôfrega fantasia
Do tal ladrão de sonhos,
querubim da desarmonia
"Eu, sempre que parti, fiquei nas gares
Olhando triste, para mim"
Desfrutando daquela falsa felicidade
Que eu apenas necessitava
para que em minha morte diária
pudesse vivo finalmente me sentir
Sonhando alheios sonhos
Perdido em doutrem labirinto
Que jamais fora realmente meu,
Virtuoso me sinto
Apenas por, sem permissão,
compartilhar comigo teu eu.
Henrique Alvez.
(os dois versos enre aspas pertencem a Mario Quintana ;D)
O menino da janela
Author: Henrique Alvez / Marcadores: PoemasJanela Minha
Porta de vidro
Rachado,
Manchado
Por meus próprios sonhos
Reflexos de Candura imaculável
Superfície Marcada
Eterno portal
De um olhar inocente
Horizonte onipresente
Àquela que não mente
Verdade doutrem
Desrespeito alheio
Curiosidade Infindável
Flor da corruptível paixão doutrora...
Meu conceito mutável
Sou a Testemunha invisível
Daquilo que nenhum véu oculta
Sou a inocência passível
De, pela influência
Crescer em lamúria...
Deveria deixar-me levar,
Ou deixar minha santa ignorância
Soberana reinar?
Apenas observar,
Ou fazer de errôneas vidas
Um molde a imitar?
Dúvidas de uma criança
Observações de um adulto
Que dispensando cautela
Nunca se importou em permanecer
O menino da janela.
Por: Henrique Alvez
O Júbilo de Marafaia
Author: Henrique Alvez / Marcadores: PoemasOh, senhora
Marafaia formosa
O que fizestes tu
Para estar tão jubilosa?
Oh, bela Meretriz infernal...
O que pode ter motivado
Tão lindo sorriso
Em teus rubros lábios estampado?
Seriam teus pés sujos de sangue?
"Não"
Ela me diz
"Este sangue de nada vale,
A mim não pertence"
Oh, doce dama perdida
O que lhe causas então
tamanha inimaginável Ventura?
"Caro Varão Juvenil"
Enrubesceu-me Marafaia
"Não superestime tal Ventura
A mim também não me diz respeito"
Oh, Sublime Mundana
Como podes tal sorriso
Não representar algo
Que não seja a mais pura
das felicidades?
"Tomei tal felicidade,
Caro admirador,
De alguém que não a merecia,
Na verdade..."
Como, venusta Rascoa,
Podes de qualquer um arrebatar
O mais etéreo dos Sentimentos?
E Marafaia me respondeu
"Apenas contempla meus pés
E neles o sangue que intocável
repousa"
E abandonou-me
Sem daquele guapo sorriso
despedir-se
Por: Henrique Alvez
Lamentação de Pícaro
Author: Henrique Alvez / Marcadores: PoemasDo que vale teu sorriso
Se com ele desce minha lágrima?
Do que vale tal lágrima
Se o relevante é minha quimérica alegria?
E qual é sua importância
Se, em meu íntimo, para ela não há valia?
Mas do que valem tais perguntas
Se apenas eu as respondo?
E do que adianta respondê-las
Se apenas a mim elas atingem?...
A você, dedico o meu eu destruído
Ainda com um sorriso pintado
Que não se esgota
Mas nada representa....
Eu sou o preto dissolvido
Escorrido pelo branco
Que repousa no vermelho
Encharcando um âmago partido
E você, meu vermelho intenso
Goza de infindável amor meu,
Sem sequer saber
Que fora da graça
Resido
Por: Henrique Alvez
Sacro pretérito.
Author: Henrique Alvez / Marcadores: Poemas Contemplas o passado
Lança tua íris tenra
Àquilo que a ampulheta da vida finda
Mas não apaga.
Observe tua antiga face
Teu sorriso inocente
Teu olhar melancólico
Tua expressão descrente
Como naquela época tu imaginarias
Tudo o que hoje és a vida tua?
Quando em tua terna e juvenil imaturidade
Idealizarias o que "nós" realmente significaria?
Imagens daquilo que se foi
Trazem-nos lembranças do que felizmente não voltará
Caminhos distintos
Paralelos
Emocionalmente extintos
Que graças à santa linha de tinta
Desviaram-se rumo à felicidade
Olhemos nossos rostos hoje
Encaremos nossos próprios olhos agora
Veja neles tão peculiar brilho estelar
Esquecendo o triste fosco de outrora
Que aparentava nunca os deixar
E materializemos nosso futuro iminente
Mas não tiremos nossos pés do presente.
Por: Henrique Alvez
Minha lira, o tempo.
Author: Henrique Alvez / Marcadores: Poemas Tu, que no galgar infinito
Por essa senda vital e incompleta
Intáctil permaneces
Sem que eu sequer o anele.
De fato...
Tu alcanças meu âmago
Transmuta-o
Derruba-o
Mas é, como uma alva pluma, delicado
Dispensando permissão,
E ignorando minha completa falta de percepção
Não o julgo...
Oh, paradoxal senhor inerte
Que agitado te movimentas,
Varrendo meu sorriso
E desaguando languidez
Sem, mais uma vez,
Meu prévio aviso.
Inconstante meu...
Contraditório Senhor imortal
Ora o anseio, desfruto...
Ora o odeio, contigo luto...
Mas te compreendendo.
Assim és
Tão difícil definir
Impossível não viver
Mas que me permite existir.
por: Henrique Alvez
4º texto: O conto do Suicida
Author: Henrique Alvez / Marcadores: contos__A cerimônia de casamento havia terminado. Os felizes recém-casados estavam a caminho do ostentoso salão de festas para desfrutar de seus queridos amigos e do iminente festejo.
__Os convidados se deleitavam com o grande banquete servido no interior do vasto salão, distribuíam-se por centenas de mesas lindamente ornamentadas e enlouqueciam em coreografias desatinadas na pista de dança, enquanto os noivos não se apresentavam.
+_Um deles estava sozinho em sua mesa, pensativo e analítico. Seus amigos não haviam sido convidados para a festa, ou, provavelmente, não tiveram coragem, vontade, ou cara-de-pau para comparecer. Estranhamente, tal homem carregava consigo uma pesada mochila, parecendo esperar o momento certo para abri-la. Trajava um terno preto, um pouco engomado de mais, que caía sobre uma pele trigueira, quase fundida a um invulgar colar de sementes da mesma cor. Seus olhos castanhos vivíssimos dançavam por todo o salão, observando a todos.
__“Os noivos estão chegando!” ouviu-se alguém murmurar, “Vamos limpar a pista para a valsa!” disse mais outro.
__Ao começar o burburinho, o homem solitário empertigou-se e, em um salto, levantou-se da cadeira, andando apressado em direção ao banheiro.
__Enquanto todos os convidados abandonavam suas mesas, interrompiam o descomedido banquete, e se aquietavam na pista de dança, o estranho homem se trocava no retrete apagado. Sobrepunha o terno preto e engomado com roupas femininas exageradas, mirabolantes e extremamente quentes. Entre elas, uma jaqueta de couro marrom, um gigantesco casaco de pele, com um gorro costurado desproporcionalmente ao resto do traje, quilos de cachecóis... Enfim, roupas grandes e grossas de mais. Não demorou muito, para que ele ficasse inidentificável e completamente osco.
__Esperou alguns minutos, e, logo, chegou aos seus ouvidos a doce vibração musical vinda da melodiosa canção orquestrada que já regia a valsa inicial dos noivos.
__Com uma calma palpável, o varão disfarçado de dama incógnita se dirigiu fantasmagoricamente a caminho da pista, mal enxergando graças ao longo capuz. Refletia em cima de tudo o que o havia movido até ali para fazer o que estava prestes a ser feito, buscando coragem para cumprir seu objetivo, e ao mesmo tempo se alimentando dos piores tipos de sentimento, que o dominavam em seu âmago.
__Ao adentrar a pista, sorrateiro, ele se acercou do casal que dançava graciosamente em meio aos convidados, trocando olhares apaixonados e se movendo sincronizados, tão leves que pareciam flutuar a cima do piso reluzente.
__Admirou-os por alguns instantes. A bela mulher vestia-se com um longuíssimo vestido branco que lambia o chão a cada passo dado. O véu transparente que cobria os cabelos castanhos, presos em um coque, escorria até as costas. Seus olhos expressivos lacrimejavam, fitando o noivo de maneira inebriante.
__Ele retribuía o olhar penetrante com a mesma intensidade, mirando-a hipnoticamente com seus profundos olhos verdes. Sua pele branquíssima parecia brilhar sob a luz alva que provinha da dançante luminária sobre eles.
__Aos poucos, os dois tiveram seu espaço invadido pela incomum figura, que se espreitou em meio a multidão até interromper a dança de vez.
__O noivo desviou seu olhar da mulher para o vulto espalhafatoso e, sem soltar a esposa, dirigiu-se ao homem:
– Está nos atrapalhando. Pode nos dar licença? – O homem encapotado apenas tornou a andar até ficar muito próximo aos dois. A mulher se irritou e, soltando-se do marido, disse:
– Não me lembro de você. Como conseguiu entrar em nossa festa? – O homem apenas permaneceu silente, ignorando a mulher completamente, ainda voltado ao nubente como se o mesmo fosse um objeto a contemplar.
– Preciso falar com você – Disse, finalmente, o homem trajando vestes femininas.
– Precisava ser justamente agora? – indagou o noivo incrédulo.
– Não tomarei muito o seu tempo.
__E dizendo isso, o homem caminhou vertiginosamente em direção ao noivo, de forma que o parolar de suas longas vestes arrastadas no chão faziam-no parecer deslizar sobre o mesmo.
__Já extremamente próximo ao noivo, ele meteu a mão em um dos bolsos do casaco de pele exagerado, retirando um objeto cintilante de dentro deste, e ocultando-o na manga das vestes logo depois. Então, sem nenhuma explicação, precipitou-se em direção ao homem, em um demorado e caloroso abraço.
– Foi uma lástima você ter destruído um laço tão forte – Sussurrou o homem para o nubente, fazendo-o parar, tamanha era sua perplexidade – Lamento que amizade, para você, não valha sequer o chão que pisa.
__E com o final da frase veio a surpresa: Em um movimento rápido, o homem revelou o objeto retirado do bolso momentos antes, que para o terror de todos, se tratava de uma afiada e agigantada adaga, que cintilava com o brilho da luz que ainda não parara de iluminar a cena.
__Com um gesto inesperado, quem a segurava cravou-a no pulmão do noivo, fazendo-o bradar intensamente e cair no chão logo após, tingindo o piso branco com a cor rubra de uma rútila e gigantesca poça de sangue.
__A cena desencadeou um grande tumulto. A pista de dança foi dominada por murmúrios e gritos de horror. Por sua vez, a noiva soltou um berro cortante e, desatrelando lágrimas como uma cachoeira, correu resvalante em direção ao marido, debruçando-se sobre seu corpo logo após golpear o homem osco fortemente, debulhando-se em lágrimas e banhando-se com o sangue do marido de maneira perturbadora.
__Após um tempo, seu pranto passou de escandaloso a retraído, e ela agora acariciava o corpo do amado, enquanto todos os convidados permaneciam em seus lugares, incapazes de intervir em tal cena tão chocante.
__O vulto heteróclito fitou a mulher, lançando-a um olhar de profunda condolência, e dirigiu-se até ela lentamente, sob os espantados e curiosos olhares dos convidados. Chegando próximo à noiva, fez outro gesto inesperado, seu braço perfurou o ar em direção a mulher, em um inacreditável sinal de apoio.
__A festa congelou. ouvia-se agora apenas o barulho externo vindo do matagal que cercava o salão. A noiva olhou perplexa para a mão estendida, depois migrando o olhar para o rosto oculto que fitava com uma Selvageria intimidadora.
__A viúva virou-se bruscamente para o vulto, correu em sua direção, e o agarrou brusca e violentamente, chorando confusa e vociferando:
– COMO VOCÊ TEM A CORAJEM DE INVADIR NOSSO CASAMENTO, MATAR O MEU NOIVO, E ME ESTENDER ESSA PATA IMUNDA, NO FINAL?! QUE TIPO DE MONSTRO DOENTE É VOCÊ?!
__Ela não o soltara por um minuto, se debatia e o agredia selvagemente, ao mesmo tempo em que ele apenas recebia a agressão, calado.
__Em meio aos golpes, insultos e gritos da mulher, o homem sacudiu a cabeça a fim de fazer com que o capuz deslizasse sobre a mesma. Quando seu rosto se tornou visível, os murmúrios de horror e surpresa invadiram o salão mais uma vez. Ele, por sua vez apenas tocou o peito com oqueixo, e com uma profunda expressão de dor, deixou escorrer uma lágrima pelo rosto, dizendo:
– Você vai entender os meus motivos...
BANG!
__Ouviu-se um ensurdecedor fragor vindo do desconhecido, provavelmente do matagal. O homem disfarçado apenas parou perplexo enquanto a mulher o fitava apavorada. Ele contemplou o próprio estômago, observando o orifício sangrento aberto no mesmo pela bala que acabara de atingi-lo. Ela, acompanhou seu olhar, horrorizando-se com a fresta brilhante que se abrira no ventre à sua frente.
__Os dois se encararam com os olhos esbugalhados. Ela soltou-o atemorizada, deixando-o esparramar-se, inerte e perecido no chão, respingando sangue ao se chocar com a poça púrpura recém formada.
Henrique Alvez
Feliz aniversário!
Author: Henrique Alvez / Marcadores: Besteiras Festas, comemorações, bolos, doces, salgados, famílias, amigos, casa e páginas de recados lotadas de "parabéns!".... Assim são os aniversários (pelo menos os meus ;D). E sim, estou postando isso por que hoje é o meu aniversário.
Pois é, vc sempre reclama (ou de novo, pelo menos eu reclamava): Todo ano é a mesma coisa DX.
Mas você já sequer parou para pensar o quão mágico é esse dia de aniversário?
Vamos pensar...
Primeiro motivo: As pessoas comemoram!
Já parou para perceber como é ótimo o fato de qualquer um (ainda que sejam só os seus parentes) estar feliz por que algum dia você resolveu ser expelido pela sua mãe, coberto de sangue? Já é um sinal não é? Pelo menos têm pessoas que gostam de você e celebram seu nascimento... é quase um segundo natal =DDDDDD.
Segundo motivo: É o SEU dia.
Ou seja (sim, comigo é assim): É um dos únicos dias sem regras que você tem. Quando todos abaixam a cabeça para o que você pede e quando sua mãe faz todas as suas vontades e se recusa a discutir sobre qualquer coisa com você. Seu irmão não te apurrinha e seus amigos não te contradizem.
Terceiro motivo: vc COME até DOBRAR o tamanho da sua TIA (mesmo que ela ñ seja o ser mais roliço que vc possa se embasar).
Sim, ninguém pode negar que em nossos aniversários comemos tanto que mal conseguimos trocar de lado na cama enquanto dormimos ao final do dia(não leve a sério. Isso se chama hipérbole). Falando sério, são bolos, pizzas, hambúrgueres, doces dos mais inimagináveis, enfim...parece que se come todo o previsto para o mês inteiro em um só dia.
Quarto motivo: Só tem UM por ano.
Então, aproveite, por que à meia-noite o encanto termina.
D:
Bom, assim é o meu aniversário, pelo menos. Mas decidi colocar de uma forma global, sei que não estou solitário nesta metodologia "aniversaresca".
bjsmeliga.
2º texto: 1º prólogo alternativo de Paraíso Infernal.
Author: Henrique Alvez / Marcadores: Paraíso Infernal Paraíso Infernal? (sua pergunta)
Meu romance em andamento ;D (minha resposta).
É, estou no meio de um romance, o qual pretendo publicar em breve. Talvez ano que vem. =D
__E bom, trata-se de uma história de simples descrição: Vida póstuma.
Ou seja, vê-se tudo além do véu mórbido do Adeus eterno. :)
Esse aqui abaixo foi o primeiro trecho que idealizei para o dito cujo. A ideia central é exatamente essa, mas o prólogo da edição final já foi substituído há um tempo considerável, além do nome do protagonista que também já não é mais esse :).
__"Angústia.
__Oito letras, que para Daniel Trevisan traduzem sua vida em apenas uma palavra. Pelo menos desde seus nove anos, quando foi obrigado a transmutar sua concepção da verdade, eterna e crucialmente.
__Primeiro veio a falência, mais oito letras. Um tempo terrível, uma escassez inimaginável, e uma adaptação forçada que apenas serviu para que a família Trevisan se conhecesse.
__Acontece que Guilherme, pai de Daniel, morava com Giuliano, avô do garoto, em uma propriedade digna de exclamações exaltadas. Mas, infelizmente, para alguns anciãos, por mais cuidadosos e sãos sejam, uma hora o corpo padece pelo tempo, este inimigo tão mortal e antigo da humanidade.
__E a falência veio com a morte. Giuliano tinha dívidas que não condiziam com o seu limite bancário, conseqüência: Guilherme Trevisan e os dois filhos, Daniel, o primogênito, e Amanda, a caçula foram obrigados a despedir-se da casa que fora seu lar por nove anos, esta que viria a cobrir uma significante parte das dívidas, após disputado leilão. Daniel experimentara as dores da morte e da pobreza em um só lampejo desventurado.
__Passando a morar com a tia divorciada, Sara, e seu filho, Lúcio, os únicos parentes vivos, o garoto foi obrigado a acostumar-se com uma vida completamente desfigurada. Apartir deste ponto, irremediavelmente ele se tornara um homem marcado.
__Pouco depois de adaptar-se à nova casa e aos parentes recém conhecidos, em menos de um ano, sua cabeça, novamente, circulou seu próprio sustentáculo, tão aturdido e fragilizado. Um novo choque... Eram coisas de mais para uma criança de nove anos.
__A verdadeira história sobre a morte de sua mãe atuara como um terrífico catalisador da revolta e do desconforto que o fariam companhia durante toda a sua vida (mais tarde você conhecerá o porquê).
__Hoje, aos dezesseis anos, Daniel ainda não se recuperou do baque psicológico que fora todo o seu nono ano de vida, talvez por ser sensível de mais. Isso se reflete abertamente em sua maneira envergonhada, porém gentil e fortificante de ser, ainda que com uma amargura muito bem maquiada pelo bom-humor e pela dedicação ao que julga digno de atenção especial.
Então, aqui está. Essa foi o primeiro, e já substituído, fragmento que imaginei para o livro ^^.
Críticas serão bem-vindas
bjsmeliga.
Primeiro texto: Pião.
Author: Henrique Alvez / Marcadores: Poemas
Não tem lá muito lirismo e as rimas talvez pudessem ser melhores, mas eu gosto muito desse poema e quero deixá-lo como primeiro texto postado.
Pião
(mim)
Se houvesse um pião gigante
Que girasse sem destino
Apenas rumo ao distante
A vida ele seria.
Precisaria de cadeiras
Que funcionassem como um grande carrossel
Oscilante
Vacilante
“Girante”
Dançando a mais pertinaz dança viandante
A vida funciona assim
sem sentido
Como tal coisa tão intangível.
Mas não importa...
A questão é que permaneça constante,
Sempre sem direção
Apenas rumo ao distante.
A verdade é verdadeira (Oh, vã redundância)
Cada um cuida dos círculos que desenha no chão
Mesmo que precise retornar um dia
E despedir-se destes em questão
Para que outro possa passar nesta tão incerta desarmonia.
Está ruim assim por que fiz há um bom tempo, mas decidi não concertá-lo. Gosto dele assim ^^.
bjmeliga
Quem é Henrique?
Author: Henrique Alvez / Marcadores: BesteirasTenho dezesseis anos, nasci em petrópolis RJ. Em alguns momentos me pego perguntando a mim mesmo pq escrevo. E sabe que a resposta não é assim tão fácil? Sei que se ler isso ficará carecido de uma refutação digna, mas me perdoe, sinceramente acho difícil explicar algo tão visceral.
Enfim, quer saber mais de mim? Vamos lá. Não sou uma máquina de escrever, também costumo desenhar para ocupar o tempo ocioso, tenho um hamster idiota, sou uma negação em matérias exatas, não namoro (podem gritar, garotas. Eu deixo.), enfim, nada muito dissemelhante do banal.
Pois é, não sou o melhor exemplo de adolescente excepcional, passo demasiadamente longe disso. Provavelmente alguém se decepcionou ao ler esta postagem ^^. E não o culpo.
Feita a apresentação. ^^
bjmeliga.
Primeira Postagem.
Author: Henrique Alvez / Marcadores: BesteirasEu deveria me apresentar? Agradeçer por estar lendo essa minimalista apresentação? Desejar-lhe um bom dia ou cumprimentá-lo com um simplório "oi", ou "olá"? Ou quem sabe meu leitor prefira passar os olhos por algo mais direto, sem triviais salves ou um "obrigado por estar aqui lendo as toleimas que minha mente expele"...?
Provavelmente você não gostaria de ter lido o parágrafo a cima, afinal não passa de uma enrrolação para deixar o texto um pouco maior (rindo), além de uma maneira clara de demonstrar o qão ruim de apresentações sou. Sim, adimito, fiz isso. Me desculpem, nunca soube começar a primeira postagem de um blog.
O blog...
Ah, sim, quase me esqueci. Por que fiz este blog? É o que todos sempre escrevem - Pelo menos é o que suponho. cordialmente adimito não ser o mais ávido leitor de posts - mas sim, é exatamente isso o que escreverei.
Esse blog está aqui hà alguns minutos (talvez no momento de sua leitura possam ser dias, ou quem sabe anos. Mas fica fora de questão discutir), com o simples intúito de divulgar os textos que costumo escrever, seja quando minha mente clama por uma forma calada e introspectiva de se expressar, seja quando estou desfrutando de um precioso momento de ócio, ou até mesmo escrevendo meu atual romance. Também pretendo postar coisas interessantes de outros autores/escritores/poetas, infinitamente melhores que eu ;D.
Aqui podem, ou poderão (mais uma vez depende de quando você estiver lendo isso)ser encontrados diferentes tipos de textos. Transito da crítica ao conto, da crônica à poesia, pertença ela ao gênero que for, e do romance...ao romance =DDD
De maneira nenhuma tenho a pretenção de me vangloriar de como o que escrevo é insolitamente bem escrito, uma vez que eu mesmo me proíba de fazer algo tão mesquinho e cheio de si. Além do mais, a qualidade dos textos aqui postados são de exclusivo julgamento de quem os lê. E foi justamente na necessidade de conhecer meus textos aos olhos de terceiros que nasceu este blog de nome tão invulgar.
Aproveitem o blog =DD
bjmeliga